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Com as mudanças climáticas, o cereal corre o risco de ficar mais escasso e caro

Difícil imaginar o mundo sem pizza, macarrão, lasanha e pão, alimentos presentes na mesa da grande maioria da população mundial, que têm o trigo como matéria prima básica. Mas os dias desses alimentos podem estar contados, pelo menos com a frequência em que estamos acostumados. Mais uma dieta mirabolante para perder peso em pouco tempo cortando o carboidrato? Não! Esse seria mais um dos efeitos do aquecimento global no cotidiano das pessoas.

De acordo com o relatório Food Security, Farming and Climate Change elaborado pela International Food Policy Research Institute, com o agravamento das condições climáticas a projeção é que a maioria dos países em desenvolvimento produtores de trigo tenham safras decrescentes até 2050, o que potencializa condição de escassez de alimentos. Os riscos associados aumentam ao imaginarmos que uma colheita menor deverá alimentar uma população maior. De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas – FNUAP, o planeta conta hoje com mais de 7 bilhões de pessoas e a previsão é de que a população mundial ultrapasse a cifra dos 9 bilhões de habitantes ao completarmos os primeiros cinquenta anos deste século.

Além dos efeitos sobre os alimentos que estão diretamente relacionados ao trigo, há efeitos indiretos também. O farelo de trigo, subproduto do processamento daquele cereal é usado na produção de ração para bovinos, suínos e aves. O aumento do preço ou a escassez desse produto também poderá provocar um processo de encarecimento da carne.

O Aquecimento Global é uma realidade e seus efeitos sobre a vida na terra, da maior complexidade. Este é um deles e envolve riscos associados ao abastecimento de importantes fontes de carboidratos e proteínas, que poderão ficar mais caras e de difícil acesso, o que potencializa o problema da fome. Hoje mais de 870 milhões de pessoas passam fome, de acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura- FAO, e aparentemente as mudanças climáticas irão aumentar essa estatística já que o arroz, o milho e a soja também são sensíveis a essas mudanças.

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