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Segundo Pedro Luiz Côrtes, essas sementes podem encontrar condições favoráveis para crescer, prejudicando a flora nativa

A carga comercial envolvendo a China e outros países ao redor do mundo é imensa, principalmente quando se fala de equipamentos eletrônicos. No Brasil, isso não é diferente, com compras cada vez maiores em sites de lojas chinesas como a AliExpress, Gearbest, entre outras. O problema foi que, recentemente, muitos países receberam encomendas de produtos chineses com sementes contendo diversos tipos de plantas, que iam de frutas até ervas. Essa pratica é denominada brushing, ou seja, o envio de mercadorias não solicitadas com o intuito de registrar compras falsas.

O professor Pedro Luiz Côrtes, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, aproveita a oportunidade para repercutir esses fatos em entrevista ao Jornal da USP no Ar, revelando o perigo que essas sementes podem representar para o bioma e à população. “Essas sementes podem introduzir doenças que podem se disseminar nas áreas cultivadas ou na flora nativa das diversas regiões brasileiras, diversos biomas brasileiros. Isso pode efetivamente comprometer o cultivo de culturas importantes para a nossa alimentação”, comenta Côrtes.

De acordo com o professor, há também outro risco nessa prática: essas sementes chinesas vão competir com a flora local, impedindo sua sobrevivência. Essas espécies exóticas, tais como as sementes chinesas, podem encontrar condições favoráveis para crescer, prejudicando a flora nativa.

Um indivíduo que receber um pacote com esse tipo de semente não deve abri-lo e, se possível, encaminhar o item para uma unidade sanitária, ou mesmo uma autoridade ambiental/florestal. Impedir a entrada de sementes no Brasil é algo complicado, já que a visualização por raio X dificilmente encontra esse tipo de item, além dessas sementes serem enviadas com compras pequenas e de baixo valor declarado. O Chile, por exemplo, utiliza cães farejadores nos aeroportos, no intuito de encontrar alimentos não industrializados.

Saiba mais ouvindo a entrevista completa.



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