A dieta climática foi criada a partir das mudanças de hábitos necessárias para impedir o colapso ambiental derivado das mudanças climáticas. Ela baseia-se em alimentos com pouca pegada ambiental, cujo cultivo não é responsável pela agravação do estado do planeta.
A produção de comida causa, aproximadamente, 35% das emissões de gases do efeito estufa, o que equivale a um quarto de todas as emissões. Em 2019, o Brasil foi apontado como o maior emissor de gases do efeito estufa por produção de comida, ultrapassando a Indonésia, China, Estados Unidos e a União Europeia.
Especialistas acreditam que sem uma adaptação para a dieta climática, essas emissões podem subir em 90% até 2050 — o que teria resultados catastróficos. Em comparação com o mundo pré-industrial, a temperatura já aumentou um pouco mais de 1ºC. Para que as mudanças climáticas parem de se agravar e não se tornem irreversíveis, especialistas indicam que esse número não pode exceder 1,5ºC. Porém, para isso, a dieta climática é essencial.
Diversos fatores contribuem com a dificuldade do estabelecimento de uma dieta climática. Os próprios supermercados, por exemplo, são instituições responsáveis pelas escolhas alimentares da população. O ser humano consome o que está nas prateleiras, podendo ser influenciado pelos preços e disponibilidade dos alimentos.
A dieta vegana, ou aquela que reduz o consumo de alimentos derivados dos animais, já demonstrou seu poder na reversão da crise climática. Porém, a falta de interesse dos consumidores pode criar um empecilho na sua ascensão. A indústria de alternativas de carne pode alcançar mais de 24 bilhões de dólares em 2030, contudo, a população ainda dá preferência ao alimento original.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Gothenburg, na Suécia, analisou a possibilidade da diminuição de preço de alternativas de carne para incentivar a substituição do alimento. Os resultados apontam que, para que os participantes escolhessem a alternativa à base de vegetais, seu preço deveria ser dois terços mais barato que um hambúrguer de carne convencional. Contudo, a familiaridade com o produto também foi um fator de escolha.
Cerca de 30% a 40% dos entrevistados não eram familiarizados com o sabor, textura ou cheiro dos substitutos de carne. De acordo com eles, o sabor é o fator mais importante dentro dessa escolha.
Entre os alimentos com uma maior pegada de carbono está a carne. A sua substituição ou exclusão da dieta pode oferecer diversos benefícios ao meio ambiente. Diversos estudos, incluindo um publicado na Scientific American, alegam que a redução do consumo de carne pode ser a resposta para a reversão dos efeitos ambientais da produção de comida.
Mas por que a carne pode ser tão ruim assim? Existem diversos fatores da agropecuária que contribuem para a degradação do planeta, incluindo:
Além disso, dados divulgados pela ONU provam que cerca de 40% das terras do planeta já foram degradadas por ações humanas, com a produção de comida sendo uma das principais responsáveis.
Enquanto a carne de boi é a maior responsável por essas consequências, outros alimentos da agropecuária também podem contribuir, como o leite e outros tipos de carne. Isso faz com que dietas plant-based sejam as mais sustentáveis, tornando-se, assim, dietas climáticas.
A substituição da carne por vegetais, legumes e frutas já é contribuinte para o meio ambiente. Entretanto, muitas pessoas têm receio de fazer essas mudanças. Embora a exclusão desses alimentos tenha uma maior eficácia, reduzir o seu consumo já obtém resultados positivos.
A dieta climática não é específica de alguns alimentos e apenas visa a melhora da condição do planeta. Entretanto, as dietas vegana e mediterrânea são recomendadas por especialistas como algumas com um impacto ambiental reduzido.
Rica em grãos, vegetais e nozes, a dieta mediterrânea não envolve muitas carnes além dos frutos do mar e a carne branca. Sendo uma dos planos alimentares mais saudáveis do mundo, ela também pode oferecer benefícios ao meio ambiente. Já a dieta vegana exclui qualquer tipo de carne e outros alimentos de origem animal, o que é essencial para a saúde do planeta.
Além disso, a dieta climática também dá preferência aos alimentos locais e orgânicos, uma vez que a importação de comida e o uso de fertilizantes nitrogenados também contribuem para as emissões de gases do efeito estufa.
Pode parecer difícil, mas reduzir, ou eventualmente cortar os alimentos derivados de animais pode ser fácil quando se pega o jeito. Essas mudanças oferecem novas alternativas na alimentação, procurando variedade de receitas e comidas não consumidas anteriormente.
Para iniciar a sua introdução para a dieta climática, comece devagar. Corte a carne pelo menos uma vez na semana, optando por proteínas vegetais. Depois, com o tempo, diminua o número de porções semanais desses alimentos problemáticos. Continue gradualmente, mas tenha consciência dos nutrientes necessários para a saúde em geral.
Para mais dicas de como cortar o consumo de carne, confira o nosso vídeo:
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