Energético é um nome comumente utilizado para se referir a bebidas energéticas. Estas são bebidas não alcoólicas formuladas para fornecer mais energia, assim, contam com ingredientes como açúcar, vitaminas e taurina, um aminoácido não-essencial que tem efeito desintoxicador e melhora o funcionamento do metabolismo de glicose.
Além desses ingredientes, o energético é carregado de outros estimulantes que colaboram aumentando os níveis de energia e a concentração mental. A cafeína, por exemplo, está presente na maioria das bebidas consideradas energéticas por ser um psicoestimulante.
O aumento no consumo dos energéticos chama atenção de cientistas, pois pesquisas indicam que há riscos diversos e muitos ainda desconhecidos advindo das bebidas energéticas.
Tendo em vista a quantidade de açúcar e sódio normalmente presente no energético, pode-se afirmar que não se trata de uma bebida saudável. Alguns especialistas alertam, na verdade, sobre essas bebidas não serem seguras especialmente para adolescentes e jovens adultos. Algumas substâncias em excesso, como a cafeína, podem ser prejudiciais, principalmente se ingeridas com álcool.
No Brasil, o energético é regulamentado pela ANVISA e respaldado por pesquisas e padrões internacionais. A regulamentação estabelece o limite de 350 mg de cafeína por litro de energético. Dessa forma, uma lata de 250 ml pode ter cerca de 87 mg de cafeína, quase o mesmo que uma xícara de café coado (90mg/200ml).
Em alguns países, como nos Estados Unidos, a regulamentação é incerta e alguns fabricantes de bebidas apontam os energéticos como suplementos dietéticos naturais. Com isso, as bebidas não ficam sujeitas aos regulamentos que se aplicam aos produtos alimentícios e podem ter um teor maior de cafeína sendo ocultado dos rótulos.
Algumas bebidas energéticas também contêm guaraná, uma planta mais potente que a cafeína. As sementes dessa planta, geralmente utilizadas para fins medicinais, têm até três vezes a quantidade de cafeína que os grãos de café. As sementes também são ricas em taninos e nos estimulantes teofilina e teobromina. Por isso, o guaraná é eficaz para diminuir a fadiga e aumentar o estado de alerta mental.
Embora o consumo moderado de guaraná seja seguro para a maioria das pessoas, a ingestão de cafeína em altas doses por períodos prolongados pode causar efeitos colaterais, como dor de cabeça, ansiedade, insônia, nervosismo e inquietação, irritação do estômago, náuseas, vômitos, aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, respiração rápida, tremores, delírio, diurese e outros efeitos.
Quando consumido em excesso, o energético pode causar efeitos adversos. Além disso, se misturado com álcool, pode trazer consequências ainda mais graves. Esses são alguns efeitos:
Um estudo publicado no jornal Food and Chemical Toxicology investigou os efeitos do energético nos cardiomiócitos, que são células do coração humano cultivadas em laboratório.
Os pesquisadores associaram as bebidas energéticas a batimentos cardíacos inadequados, aumento da pressão arterial e outros fatores cardíacos problemáticos. O cientista Rusyn, que faz parte da pesquisa, aponta que, por não ser regulamentado e ser amplamente acessível, a possibilidade do energético causar efeitos adversos à saúde é preocupante. “Na verdade, o consumo de bebidas energéticas tem sido associado a uma ampla gama de efeitos adversos à saúde em humanos, muitos deles relacionados aos efeitos no coração”, aponta.
O excesso de cafeína pode causar batimentos cardíacos irregulares, conforme já mostraram outros estudos, mas essa não é a única substância com efeitos colaterais. Por meio de modelos matemáticos, os pesquisadores determinaram a possível presença de teofilina, adenina e azelato, substâncias que também podem ter efeitos negativos ao coração.
Segundo um estudo, as bebidas energéticas podem trazer problemas e distúrbios do sono, como insônia. Essas questões afetam diretamente a qualidade de vida. Não dormir pode levar, por exemplo, à fadiga e fazer com que a pessoa se sinta constantemente sem energia.
Consumir muita cafeína pode levar à intoxicação aguda pela substância. Isso gera vômitos, aumento da pressão arterial, convulsões, aumento do batimento cardíaco e até mesmo morte.
Um estudo mostrou que clientes de bares que consumiram álcool misturado a bebidas energéticas tiveram uma probabilidade três vezes maior de sair de um bar altamente intoxicados e foram quatro vezes mais propensos a dirigir embriagados do que aqueles que não consumiram álcool misturado a energéticos.
Isso pode ocorrer porque os altos níveis de cafeína das bebidas mascaram os sintomas de intoxicação, como letargia. O fato de dirigirem embriagados pode aumentar as chances de acidentes.
Uma revisão sistemática de estudos sobre os efeitos da cafeína constatou que há uma relação entre a ingestão da substância e a infertilidade masculina. As pesquisas, no entanto, ainda necessitam de uma melhor definição de hábitos de vida para se chegar a uma evidência consistente.
Um estudo feito com adolescentes constatou que as bebidas energéticas aumentaram significativamente a pressão arterial sistólica na maioria dos participantes em um breve período de tempo após a ingestão. Quem possui irregularidades na pressão, portanto, deve ficar distante dessas bebidas.
Devido à quantidade de açúcar presente nos energéticos, essas bebidas também podem trazer riscos à saúde bucal. Um estudo que investigou a quantidade de açúcar e os valores de pH das bebidas energéticas constatou que o consumo regular de energéticos pode contribuir para a erosão dentária e o desenvolvimento da obesidade.
Tendo em vista todos esses malefícios possíveis, recomenda-se a utilização de energéticos naturais. Conheça 12 alimentos que dão energia!
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