A ergonomia é definida como “a adequação da tecnologia, da arquitetura e do desenho industrial em benefício do trabalhador e suas condições ideais de trabalho”.
Os primeiros escritos sobre ergonomia surgiram em 1700, com o médico italiano Bernadino Ramazzini, que escreveu sobre doenças e lesões relacionadas ao trabalho na obra “Morbis Artificum” (doenças ocupacionais, em tradução literal). Porém, foi a partir da Revolução Industrial que a ergonomia ganhou força. Depois, nos períodos de guerra, foram desenvolvidas armas e equipamentos bélicos precisos e ajustados para soldados de diferentes países.
O termo é derivado do grego “ergon”, que significa “trabalho”, e “nomos”, que quer dizer “leis”, o que aponta para uma ciência do trabalho. Apesar da definição dar foco ao ambiente de trabalho, o resultado dos estudos da ergonomia também são aplicados em outros ambientes da atividade humana.
Os principais estudiosos da ergonomia são anatomistas, fisiologistas e psicólogos.
Apesar de ser um tema moderno, os primeiros ensaios de ergonomia já eram aplicados na idade da pedra, por necessidade de sobrevivência. Os princípios da ergonomia já estavam presentes, por exemplo, na confecção de utensílios de barro (para tirar água de poços e cozinhar) e de armas indígenas (para defesa ou caça de animais).
Até a década de 1970, a ergonomia era um campo de estudo voltado para a interação humano-máquina, entretanto, o foco atual é para a interação humano-computador.
É muito comum haver confusão entre ergonomia, ergometria e ergonometria.
Diferente da ergonomia, a ergometria “é a ciência que mede a quantidade de trabalho realizado pelo corpo durante um exercício físico”. Por sua vez, a ergonometria “é a ciência que combina as características físicas do corpo humano, a fisiologia e fatores psicológicos, a fim de incrementar a relação existente entre o meio ambiente e seus usuários”.
A ergonomia aborda fatores físicos, cognitivos, sociais, organizacionais, ambientais e outros fatores relevantes.
Por ser um campo de estudo holístico, há especializações com competências mais aprofundadas em atributos humanos ou interações específicas. Dentre esses campos de especialização da ergonomia estão:
A ergonomia física estuda as características anatômicas, antropométricas, fisiológicas e biomecânicas das pessoas que praticam atividade física.
Nesse campo de estudo, os tópicos relevantes incluem postura de trabalho, manipulação de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-esqueléticos relacionados ao trabalho, arranjo espacial do local de trabalho, segurança e saúde.
A ergonomia cognitiva estuda o campo dos processos mentais (que inclui percepção, memória, raciocínio e resposta motora), pois entende que esses fatores afetam significativamente as interações humanas e outros elementos de um sistema de atividade humana.
Nesse campo de estudo os tópicos relevantes incluem carga de trabalho mental, tomada de decisão, desempenho qualificado, interação humano-computador, confiabilidade humana, estresse no trabalho e treinamento.
A ergonomia organizacional estuda a otimização de sistemas sociotécnicos, ou seja, é uma abordagem que estuda a interação entre pessoas, tecnologia e local de trabalho, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e processuais. Os tópicos relevantes desse campo de estudo incluem comunicação, gerenciamento dos recursos da equipe técnica, formas de arranjo do trabalho, arranjo do tempo de trabalho, trabalho em equipe, participação, ergonomia comunitária, cooperação, novos paradigmas de trabalho, organização virtual, teletrabalho (trabalho a distância) e gerenciamento de qualidade.
Muitas pessoas sofrem porque suas condições de trabalho e de moradia são incompatíveis com suas necessidades. Essa situação afeta o bem-estar, mas também organizações e sociedades.
Ignorar os riscos de danos à saúde mental e física pode trazer sérios problemas para fabricantes, fornecedores e empresas de serviços. Nesse sentido, a ergonomia tem se tornado cada vez mais importante na era pós-moderna, desde quando foi introduzida, no século XIX.
A falta de ergonomia na interação humano-computador costuma causar, principalmente, dor no pescoço, LER (lesão por esforço repetitivo), Dort (doenças osteoarticulares relacionadas ao trabalho) e formigamento nas pernas, podendo também aparecer como uma das causas da síndrome do pescoço de texto.
A dor nas costas devido à má postura e falta de equipamentos adequados e ajustados é a principal causa de afastamento no trabalho por mais de 15 dias.
O segundo motivo que mais afastou trabalhadores no ano de 2016 foram fraturas de perna e tornozelo, seguidas das de punho e mão.
Em contrapartida, a prática da ergonomia traz uma série de benefícios como:
A ergonomia está relacionada a conforto, segurança e eficiência, que estão diretamente ligados à performance no ambiente de trabalho e ao bem-estar.
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