As falsas memórias são lembranças distorcidas ou completamente fabricadas, mas que parecem reais na mente do indivíduo. Exemplos desse fenômeno podem variar entre acontecimentos mundanos ou mais sérios, como a distorção de uma testemunha em um acidente.
Na maioria das vezes, as falsas memórias não são intencionalmente prejudiciais, mas apenas reconstruções de lembranças que não se alinham com acontecimentos reais. As memórias, embora pareçam sólidas, são propensas a mudanças e falácias constantemente.
O fenômeno é diferente de erros da memória, uma vez que são “consolidados” pela pessoa que o vivenciou — as falsas memórias envolvem um nível de certeza e validação. Assim, elas não se caracterizam como o esquecimento ou confusão de um evento, mas a lembrança de algo que não ocorreu.
As memórias são armazenadas em neurônios chamados de células de engrama. Elas ocorrem após o recebimento de informações e são armazenadas e diferenciadas nas memórias de curto prazo e memórias de longo prazo.
O primeiro armazenamento das lembranças ocorre na memória de curto prazo e, se necessário, depois são armazenadas na memória de longo prazo durante o sono. Contudo, elementos dessas memórias podem ser perdidos durante o processo, o que potencializa a consolidação de falsas memórias.
Acredita-se que cerca de 56% das informações são esquecidas após uma hora, 66% depois de um dia e 75% depois de seis dias. Assim, o indivíduo consegue acessá-las por um processo chamado de “recuperação da memória”.
Diversos fatores podem influenciar a criação de falsas memórias, como a desinformação e a atribuição errônea da fonte original da informação. Por outro lado, existem causas mais recorrentes que traduzem em sua formação, são elas:
Por outro lado, alguns grupos de pessoas também podem ser mais suscetíveis a criação de falsas memórias. São eles:
A convicção e certeza que são resultantes das falsas memórias as tornam difíceis de identificar. De acordo com um estudo de 2018, as únicas pessoas capazes de reconhecer essas memórias são especialistas em memórias, e não os próprios indivíduos que as vivenciam.
Sem evidências concretas, é quase impossível diferenciar as falsas memórias de memórias verídicas. É possível, contudo, identificar possíveis estressores — como os mencionados anteriormente — para ganhar um entendimento maior sobre o que pode ter influenciado na criação dessas memórias.
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