A empresa do mercado financeiro BlackRock — a maior gestora de índices comercializados como ações, os chamados ETFs — passou a considerar indicadores de sustentabilidade na hora de divulgar informações sobre seus fundos de investimento.
A companhia anunciou que os fundos receberão scores baseados na medida ESG, sigla em inglês para meio ambiente, social e governança. A organização também tornará públicos dados que indicam se um ativo está ligado a atividades ilegais ou não sustentáveis. O relato é da Rede Brasil do Pacto Global da ONU.
Com a decisão, a companhia vai deixar um espaço cada vez menor para as falsas promessas de sustentabilidade — prática conhecida como greenwashing. Segundo a imprensa, já foram fornecidas informações sobre 253 dos 318 ETFs de mercados emergentes — o que representa um valor estimado de 323 bilhões a 375 bilhões de dólares em ativos.
ETF é um fundo de investimento – uma modalidade de investimento coletivo em ações. O desempenho de um ETF está vinculado aos índices que avaliam o comportamento do mercado. O Ibovespa no Brasil, assim como o Dow Jones nos EUA, são alguns desses índices. Os ETFs seguem o movimento de queda e ascensão, o que significa que uma subida de 10% no Ibovespa, por exemplo, faz os fundos de investimento vinculados a esse índice também valorizarem 10%.
O ESG é um índice que avalia as operações das principais empresas conforme os seus impactos em três eixos da sustentabilidade – o meio ambiente, o social e a governança. A medida oferece mais transparência para os investidores sobre as empresas em que estão injetando recursos. O critério ambiental vê como a companhia atua na gestão da natureza.
O social examina se a organização viola direitos humanos universais. Esse indicador monitora as relações da empresa com trabalhadores, fornecedores e as comunidades onde atuam. Já a avaliação da governança envolve a análise de práticas de gestão ligadas ao combate à corrupção e ao compliance.
O índice é construído sob a mesma base de valores pregados pelos dez Princípios do Pacto Global para o desenvolvimento sustentável integral.
A partir do momento que uma grande empresa como a BlackRock se compromete com a transparência dos seus fundos de ação, isso significa mais um alerta para que empresas estejam atentas aos impactos das suas operações e adotem medidas que alcancem um corporativismo mais consciente.
Ignorar esse chamado significa ter que lidar com danos à imagem da marca e com o consequente descontentamento dos próprios clientes. Cada vez mais, consumidores exigem do setor privado um compromisso real com o desenvolvimento sustentável antes de adquirir produtos e serviços. As escolhas do público global afetam diretamente as decisões dos investidores, que vão optar por mercados com maior potencial de crescimento.
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