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No domingo, dia 29 de novembro, nem chuva impediu a participação de 2,3 mil participantes em São Paulo

Mais de 150 cidades em todo o mundo sediaram no domingo, dia 29 de novembro, uma mobilização global pelo clima. Organizadas por uma coalizão de organizações da sociedade civil, as marchas reuniram mais de 570 mil pessoas em cerca de 2,3 mil eventos. O levantamento é da Avaaz, uma das organizadoras da mobilização. A maior marcha ocorreu na Austrália, onde 140 mil pessoas foram às ruas para pedir um acordo climático ambicioso. Londres teve 50 mil manifestantes; Roma e Madri, 20 mil.

No Brasil, estavam previstas manifestações em pelo menos 15 cidades. A maior delas foi em São Paulo. A capital paulista se preparava para reunir 10 mil pessoas, mas uma forte chuva deixou a cidade em estado de atenção e reduziu o número de participantes a cerca de 2,3 mil.

A mobilização ocorreu um dia antes do início da COP21, a conferência do clima das Nações Unidas. Havia grande expectativa dos organizadores sobre a marcha de Paris, que sedia a COP, onde eram esperados mais de 300 mil manifestantes. Porém, após os atentados terroristas na cidade no último dia 13, a mobilização foi cancelada por medida de segurança.

Houve um ato simbólico em que foram reunidas centenas de pares de sapatos representando os manifestantes que não puderam marchar. No entanto, o ato, na Place da La République, terminou com confronto policial após uma aglomeração que feria o decreto de segurança do governo francês. Mais de 200 pessoas foram presas.

São Paulo

A manifestação em São Paulo teve samba-enredo, bateria e blocos temáticos, que expressavam a diversidade da agenda climática – crise hídrica, energia limpa, povos indígenas e desmatamento zero, por exemplo. A mobilização também abordou a tragédia ambiental causada pelo rompimento da barreira da mineradora Samarco em Minas Gerais. “Nós não podemos deixar de nos manifestar sobre o tema. Não foi um acidente”, disse a ativista Raquel Rosenberg, coordenadora do Engajamundo, que também organizou a marcha no Brasil.

Entre os manifestantes em São Paulo estavam o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), suplente na Comissão de Mudanças Climáticas no Congresso Nacional, e Eduardo Jorge, candidato à presidência pelo PV em 2014. “A crise climática, que pode virar um desastre climático se não houver redução de emissões, é uma questão ambiental, econômica, política, social”, disse Eduardo Jorge. “Em uma democracia, é fundamental que a população se mobilize . E não é comum que uma pauta como essa tome conta das ruas.” A marcha terminou com um show do cantor Lenine no Parque do Ibirapuera.

Fonte: Observatório do Clima

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