Estudo analisou vários remédios usados para tratar condições respiratórias e constatou que o mel obteve os melhores resultados
Um trio de pesquisadores da Universidade de Oxford descobriu que usar o mel como tratamento para infecções do trato respiratório superior funciona melhor do que usar os remédios tradicionais. Em artigo publicado no BMJ Evidence-based Medicine, Hibatullah Abuelgasim, Charlotte Albury e Joseph Lee fizeram uma análise dos resultados de vários ensaios clínicos que envolveram testes de tratamentos para infecções do trato respiratório superior e o que aprenderam com os dados.
Nos últimos anos, a comunidade médica ficou alarmada à medida que as bactérias desenvolveram resistência aos agentes antibacterianos. Alguns estudos descobriram que a prescrição excessiva de tais remédios está acelerando essa resistência. O mais preocupante são as prescrições desses medicamentos para doenças em que eles não são necessários, apenas por conta da demandas dos pacientes. As doenças respiratórias são um exemplo, já que a grande maioria delas é causada por vírus, e não por bactérias. Por conta disso, os cientistas têm procurado outros remédios para essas infecções, e uma terapia em particular começou a se destacar: o mel.
Evidências anedóticas sugerem que o mel pode ser usado para tratar resfriados em geral e tosses em particular – as pessoas o usam como terapia há milhares de anos. Neste novo esforço, os pesquisadores analisaram os resultados de vários ensaios clínicos que testaram a eficácia das terapias contra infecções do trato respiratório superior. Ao todo, a equipe analisou dados de 14 ensaios clínicos envolvendo 1.761 pacientes.
Ao analisar os dados de todos os testes combinados, os pesquisadores descobriram que o conjunto incluía estudos de praticamente todos os remédios tradicionais, desde remédios para resfriado e sinusite que não exigem prescrição médica até antibióticos – e também tratamentos naturais como o mel.
Eles descobriram que o mel provou ser a melhor terapia entre todas as opções testadas. Além de se mostrar mais eficaz no tratamento da tosse (36% melhor na redução da quantidade de tosse e 44% melhor na redução da gravidade da tosse), o uso de mel também levou a uma redução na duração média da infecção em dois dias.
Os pesquisadores constataram que o mel funciona como tratamento para essas doenças porque contém peróxido de hidrogênio – um conhecido matador de bactérias – o que também o torna útil para o tratamento tópico de cortes e arranhões. O mel também tem a consistência certa para o tratamento de condições respiratórias, já que sua espessura faz com que ele seja capaz de cobrir a boca e a garganta, acalmando a irritação.