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Um estudo conduzido por uma equipe de pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, na Malásia, descobriu que os singapurianos com altos níveis de empatia optam por priorizar o meio ambiente em detrimento da conveniência e do conforto pessoal. Os resultados foram publicados na Energy Research & Social Science, uma publicação acadêmica da Elsevier.
Quase oito em cada 10 entrevistados (79%) em uma série de pesquisas disseram que escolheriam comprar um ar-condicionado com baixo consumo de energia em vez de um convencional, mesmo que a segunda opção fosse mais acessível.
Para reduzir as emissões de carbono, mais de oito em cada 10 (82%) afirmaram que optariam por manter a temperatura ambiente entre 23 a 25 graus Celsius, ainda que seus filhos ou colegas de trabalho se mostrassem mais confortáveis em um ambiente mais frio.
Os pesquisadores apontam que economizar nas contas de serviços públicos é a principal razão pela qual as pessoas fazem escolhas de economia de energia. No entanto, os resultados apresentaram um contraponto a essa noção.
Na verdade, a análise estatística mostrou que as preferências dos entrevistados estavam associadas ao seu nível de empatia – e que, quanto maior era esse nível, mais dispostos a gastar dinheiro para reduzir sua pegada de carbono os entrevistados se mostravam.
De acordo com os autores, as descobertas são importantes para entender as atitudes dos singapurianos em relação aos esforços do país para reduzir o consumo de energia nas residências.
Por causa da escassez de recursos, a cidade-estado embarcou em iniciativas nacionais, como o Plano Verde de Singapura 2030, que também se concentra na sustentabilidade energética para um futuro mais habitável e sustentável.
Swati Sharma, aluno do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar da NTU, que coliderou o estudo, aponta que a principal força motriz para esse comportamento ecologicamente correto é a empatia, uma disposição humana básica para sentir amor e preocupação pelos outros.
Segundo ele, quanto mais empatia um singapuriano sente pelos outros, maior será a probabilidade de ele adotar comportamentos que apoiem o bem maior e contribuam para tornar a sociedade resiliente e sustentável.
Outras ações englobadas pelo estudo encaradas como amigáveis à economia de energia incluíram desligar dispositivos elétricos quando não estivessem em uso (89%) e optar por vegetais cultivados localmente (62%), em vez da Europa ou dos Estados Unidos, a fim de reduzir a pegada de carbono.
A equipe também observou que outros fatores sociais podem afetar as preferências por opções de economia de energia. Singapurianos mais velhos, com qualificações mais altas de ensino e donos de casa tendiam a preferir particularmente as opções que promoviam a economia de energia.
Para validar ainda mais sua pesquisa, a equipe da NTU conduzirá estudos adicionais em um espectro mais amplo de comportamentos. Além disso, os pesquisadores também exploram a possibilidade de validar seus resultados em diferentes áreas geográficas e contextos culturais, incluindo as atitudes das pessoas em relação às medidas para conter a pandemia de COVID-19.
Fontes: Energy Research & Social Science e Phys.org
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