ONU lista incríveis benefícios de ter mais árvores nas cidades

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Elas podem diminuir custos com ar-condicionado em 20% a 30%, gerar empregos, segurança alimentar, reduzir poluição atmosférica e mais

Imagem editada e redimensionada de Ronaldamorim, está disponível no Wikipédia

Em nossas vidas urbanas muito agitadas, um parque urbano é um ótimo lugar para relaxar. Árvores e espaços verdes trazem benefícios para a saúde mental e o bem-estar, além de serem ótimos para relaxamento e recreação.

As árvores também ajudam a reduzir a poluição do ar. De acordo com o estudoÁrvores e os efeitos da floresta na qualidade do ar e na saúde humana nos Estados Unidos“, o material particulado, que é prejudicial aos pulmões, é retido na superfície das árvores, enquanto as folhas atuam como filtros, absorvendo gases poluentes.

Mas o estudo também alerta que, embora as árvores possam mitigar o efeito da poluição do ar, os depósitos de poluentes atmosféricos nas folhas também podem prejudicar a fotossíntese e, portanto, afetar potencialmente a remoção da poluição pelas árvores. Como em tudo na vida, o equilíbrio é fundamental.

As árvores também podem esfriar significativamente as temperaturas nas cidades. Em climas quentes, mais árvores podem reduzir o gasto de energia com ar condicionado, diminuindo o consumo de combustíveis fósseis poluidores. Investigações experimentais e estudos de modelagem nos EUA mostraram que a sombra das árvores pode reduzir os custos das casas com ar condicionado em 20% a 30%.

“As árvores poderiam reduzir a temperatura das cidades em até 8°C, reduzindo o uso de ar condicionado e as emissões relacionadas em até 40%”, diz Simone Borelli, engenheira agroflorestal e urbana da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

“Como parte de um mosaico paisagístico mais amplo, grandes manchas verdes dentro e ao redor das cidades também reduziriam as emissões, evitando a expansão e a necessidade excessiva de mobilidade”, acrescenta.

O plantio de árvores urbanas tem que ser feito corretamente. As espécies plantadas devem ser aquelas mais eficazes na captura de poluição, normalmente aquelas com folhas grandes. As autoridades também precisam levar em conta questões como padrões de vento e espaçamento entre as árvores. Se a água é escassa, precisarão considerar as variedades tolerantes à seca, e evitar as árvores que aumentam o pólen e as alergias.

A ação é ainda mais importante considerando que a urbanização está se acelerando — a proporção de pessoas que vivem nas cidades será de 60% em 2030 e de 66% em 2050. Quase 90% desse aumento ocorrerá na África e na Ásia. Para abordar os impactos desse rápido crescimento e os desafios relacionados, é necessário um esforço de larga escala.

Com cerca de 8.000 km de comprimento e 15 km de largura, a Grande Muralha Verde é um movimento de proporções épicas conduzido pelos africanos iniciado em 2007 para esverdear toda a extensão do norte da África, uma região semi-árida que se estende do Senegal ao Djibuti. Uma década e cerca de 15% em andamento, a iniciativa está lentamente trazendo a vida de volta para algumas das paisagens degradadas da África, fornecendo segurança alimentar, empregos e um motivo para milhões de pessoas permanecerem vivendo em seu caminho.

Uma iniciativa dessa natureza em áreas urbanas está sendo desenvolvida pela FAO e outros parceiros em preparação para a Cúpula do Clima da ONU, em setembro. Ela visa criar até 500 mil hectares de novas florestas urbanas e restaurar ou manter até 300 mil hectares de florestas naturais existentes em torno de 90 cidades do Sahel e da Ásia Central até 2030. Uma vez estabelecido, este “Grande Muro Verde das Cidades” capturaria de 0,5 a 5 gigatoneladas de dióxido de carbono por ano e estoque de carbono durante séculos.

Em 1º de março de 2019, a Assembleia Geral da ONU estabeleceu a Década das Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas 2021-2030, que deve dar um novo impulso aos esforços de plantio de árvores.

“A ONU Meio Ambiente promove o plantio de árvores como uma forma fundamental de mitigar a mudança climática e impulsionar a biodiversidade baseada em terra, 80% da qual está nas florestas”, diz Tim Christophersen, chefe do Departamento de Água Doce, Terra e Clima da ONU Meio Ambiente e presidente da Parceria Global sobre Restauração Florestal e Paisagística.

“Estamos trabalhando com parceiros em todo o planeta para impulsionar o plantio de árvores para a restauração do ecossistema. Há espaço para o plantio de um trilhão de árvores a mais, além das 3 trilhões que já existem na Terra. Mas isso tem que ser feito corretamente; plantar árvores nativas, apoiadas por comunidades locais, é um bom caminho a seguir.”

Deixe as pedras acumularem algum musgo

Nesses ecossistemas florestais, as árvores não estão sozinhas na limpeza do ar. Um projeto ambicioso da Greencity Solutions em Berlim, na Alemanha, busca casar aplicações de alta tecnologia com outro purificador de ar natural: o musgo.

“A capacidade de certas culturas de musgo para filtrar poluentes como partículas e óxidos de nitrogênio os torna purificadores naturais de ar”, diz a Greencity Solutions.

“Mas nas cidades, onde a purificação do ar é um grande desafio, os musgos mal conseguem sobreviver devido à necessidade de água e sombra. Este problema pode ser resolvido conectando-se diferentes musgos com a provisão totalmente automatizada de água e nutrientes baseada na tecnologia única da Internet das coisas”, explica.

Ou plantando mais árvores que proporcionarão a cobertura e a umidade, o que ajudará o musgo a se manter e crescer.

A poluição do ar é o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente em 5 de junho de 2019. A qualidade do ar que respiramos depende das escolhas de estilo de vida que fazemos todos os dias. Saiba mais sobre como a poluição do ar afeta você e o que está sendo feito para limpar o ar. O que você está fazendo para reduzir sua pegada de emissões e #BeatAirPollution?


Fonte: ONU Brasil

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