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Reações adversas a medicamentos são apontadas como fatores que levaram à internação de 0,56% até 46,4% dos pacientes hospitalizados no Brasil

Imagem: EBC

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) publicou, no início de dezembro, o último fascículo da série “Uso Racional de Medicamentos”. O 20º capítulo, escrito por Helaine Carneiro Capucho, aborda o monitoramento e a avaliação farmacoterapêuticos, etapas essenciais para o sucesso de tratamentos medicamentosos.

De acordo com a pesquisadora, as perguntas “o medicamento fez efeito?” e “qual?” devem sempre ser feitas pelos profissionais de saúde, que precisam estar atentos antes e depois da prescrição para os efeitos indesejados, sejam eles previstos ou não. Helaine explica que, muitas vezes, outros remédios acabam sendo prescritos para tratar as consequências provocas pelos fármacos.

Reações adversas a medicamentos – conhecidas no meio médico pela sigla RAM – são responsáveis por um número considerável de admissões em hospitais. “No Brasil, as RAM foram apontadas como fatores que levaram à internação de 0,56% a 46,4% dos pacientes hospitalizados”, afirma a especialista.

Segundo Helaine, a internação por essas causas traz impactos clínico, humanístico e econômico para o paciente, a sociedade e o sistema de saúde.

Efeitos adversos pouco conhecidos no Brasil

Três fatores determinam a eficácia de um tratamento: o paciente, o ambiente e o medicamento. Quando o remédio prescrito não apresenta os efeitos desejados, ocorre o que é chamado de inefetividade terapêutica parcial ou total, um evento adverso relacionado ao medicamento (EAM).

É problema de saúde pública que causa hospitalizações, aumenta o tempo de internação dos pacientes e afeta negativamente sua qualidade de vida, além de aumentar os custos e atrasar tratamentos, podendo levar à morte ou sequelas.

No Brasil, a realidade dos eventos adversos ainda é desconhecida, o que impossibilita os gestores de serviços e o Sistema Único de Saúde (SUS) de realizarem um controle mais consistente dos riscos. O monitoramento da eficácia e segurança dos medicamentos utilizados pela população, segundo Helaine, deve ser feito de forma sistêmica e continuada, principalmente nos primeiros anos de comercialização.

Sobre a série de fascículos

Este foi o último fascículo do 1º volume da série “Uso Racional de Medicamentos”, desenvolvida pela Opas em parceria com a pesquisadora Lenita Wannmacher para fornecer aos profissionais, gestores e usuários do SUS informações confiáveis e isentas, com base nas melhores evidências científicas disponíveis.

Felipe Carvalho, consultor nacional da Opas, explica que a escolha dos assuntos abordados sobre se baseou principalmente nas dez maiores causas de morte apontadas pela OMS em maio de 2014.

“A seleção dos temas visou proporcionar informação como ferramenta para tomada de decisões e para execução de ações com base em evidências e nas melhores práticas reconhecidas por especialistas no sentido de promover o uso racional de medicamentos”, explicou.

Os 20 fascículos publicados durante os últimos meses no site e no Facebook da OPAS/OMS tiveram grande repercussão entre os profissionais de saúde.

Segundo Carvalho, o sucesso da iniciativa pode resultar em um 2º volume da série. “O retorno que obtivemos em âmbito nacional e internacional por parte de profissionais, gestores e entidades ligadas à saúde pública foi muito gratificante, o que nos dá a certeza de que todo o material publicado foi reconhecido como de grande utilidade”, afirmou.

Todos os fascículos estão disponíveis para download gratuito na página da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil.


Fonte: ONUBR

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