Startup americana está desenvolvendo uma vacina para vacas que pode reduzir as emissões de metano

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A startup americana ArkeaBio está trabalhando na fabricação de uma vacina para vacas que pode reduzir as emissões de metano resultantes da pecuária. Recentemente, a empresa recebeu um investimento de 12 milhões de dólares da Breakthrough Energy, companhia fundada por Bill Gates com o objetivo de impulsionar tecnologias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Além do gado, a vacina pode ser administrada em outros ruminantes, como ovelhas e cabras. 

Os planos da empresa envolvem a criação de uma vacina que pode atuar diretamente nos micróbios presentes no sistema digestivo desses animais, que são responsáveis pela produção do metano. Desse modo, as vacas e outros ruminantes produziriam anticorpos para esses organismos, diminuindo a sua produção. 

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O metano é 80 vezes mais potente que o carbono na agravação do efeito estufa. Além disso, acredita-se que apenas uma vaca seja capaz de produzir quase 100 quilos do gás por ano. Portanto, uma solução para essas emissões pode ser essencial na luta contra as mudanças climáticas.

Diversas outras empresas já estão trabalhando em soluções semelhantes, como a implementação de algas marinhas na alimentação do gado ou na criação de outros produtos capazes de suprimir a atividade dos micróbios responsáveis pela produção de metano. 

No entanto, como grande parte do gado se alimenta através do pasto, essas soluções podem não ser tão eficientes como a promessa da ArkeaBio, que afirma que a vacina pode reduzir até metade das emissões do gás. 

Similarmente, o Centro de Pesquisa Agrícola de Gases do Efeito Estufa da Nova Zelândia (NZAGRC, na sigla em inglês) também estão tentando criar uma vacina para esses animais. Porém, especialistas responsáveis pela confecção da vacina acreditam que ela só seria eficaz na redução de até 30% das emissões resultantes do gado. 

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De acordo com Jeremy Hill, do Consórcio Pastoral de Pesquisa de Gases de Efeito Estufa da Nova Zelândia, para que a vacina funcione, ela precisa agir somente nos micróbios responsáveis pela produção do metano, além de criar altos níveis de anticorpos que podem funcionar no sistema digestivo dos animais. A sua viabilidade também depende da eficácia da vacina em relação às quantidades de injeções necessárias para que a redução das emissões aconteça. 

Mesmo com o desafio, especialistas da ArkeaBio estão otimistas em relação à pesquisa e acreditam que a vacina pode ser lançada entre 2025 e 2026, dependendo de como a tecnologia se desenvolve e da aprovação dos órgãos necessários. 

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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