O termo “vício em açúcar” se dá pelo fato de que o açúcar é capaz de liberar opióides e dopamina no organismo, algo que também pode ser feito por drogas ilícitas. O vício é categorizado pela alteração da química do cérebro, que faz com que o usuário continue fazendo algo apesar das consequências prejudiciais.
O açúcar é um ingrediente visto como recompensa por muitas pessoas. Doces como chocolates, balas e bolos são, muitas vezes, prêmios para alguns comportamentos de crianças e até de adultos.
Especialistas acreditam que as substâncias presentes no açúcar podem desencadear o vício, criando dependência e prejudicando o bem-estar das pessoas. Muitas pesquisas também já compararam o efeito do açúcar ao da cocaína, uma vez que o ingrediente estimula as mesmas partes do cérebro que drogas ilícitas.
Isso se dá pelos altos níveis de triglicérides do açúcar. Os triglicérides são tipos de gordura que aumentam a pressão arterial e diminuem os níveis do colesterol bom no sangue.
O vício em açúcar é desenvolvido com o tempo. A dopamina, uma das substâncias liberadas pelo açúcar, é um neurotransmissor essencial do “circuito de recompensa” associado ao comportamento viciante. O excesso de dopamina no organismo causa a sensação de prazer, que faz com que o indivíduo fique inclinado a re-experimentar.
Quanto mais dopamina liberada, mais dopamina o corpo precisa para que essa euforia seja experimentada, uma vez que ele cria uma resistência ao seu efeito.
Além da dopamina, a liberação de opiáceos — fornecida pelo açúcar — também faz parte do circuito de recompensa do cérebro, o que leva a comportamentos compulsivos.
Quando o açúcar é consumido inicialmente, o seu nível no sangue sobe. Isso acontece porque o açúcar é um carboidrato simples, que é convertido para glicose na corrente sanguínea — o que cria energia. O pâncreas responde ao consumo da glicose produzindo insulina, o que diminui os níveis de açúcar no sangue.
Essa diminuição súbita pode levar ao cansaço e a fraqueza, o que pode fazer com que o organismo peça mais açúcar para repor a produção de energia. Esse ciclo também pesa para o vício em açúcar.
Os efeitos de longo prazo do vício em açúcar variam, podendo levar ao desenvolvimento de diabetes tipo 2, obesidade, doenças cardiovasculares, cáries e outros problemas dentais.
Entre os outros efeitos de curto prazo estão:
A OMS vem tentando alertar para a diminuição da ingestão de açúcar desde 1989. De acordo com os documentos divulgados pela organização, os valores recomendados são de 10% ou menos de seus valores diários totais.
Além disso, o documento também alega que uma redução adicional para menos de 5% poderia trazer outros benefícios à saúde.
Enquanto muitas pessoas recomendem uma dieta detox, que envolve parar com o consumo imediatamente, o vício em açúcar pode fazer desse processo não tão eficaz. Interromper a ingestão de açúcar desse jeito pode fazer com que o usuário tenha recaídas e desenvolva momentos de compulsão alimentar.
Para conseguir parar, primeiro é necessário aprender sobre todas as formas de açúcar. Os açúcares adicionados, muitas vezes apresentam outros nomes em rótulos de alimentos, são alguns deles:
Comece devagar, eliminando um tipo de açúcar por semana. Por exemplo, o que você usa para adoçar o café ou chá. Gradualmente, faça pequenos cortes na sua dieta. Isso vai fazer com que seu paladar se adapte mais facilmente e que os receptores de açúcar no seu cérebro diminuam com o tempo.
Limite os níveis de “açúcar saudável”. Embora o mel, agave e outras formas naturais do açúcar sejam vistas como mais saudáveis, elas ainda são açúcar e agem do mesmo jeito no organismo. Portanto, é necessário cortá-las da mesma forma.
O consumo de proteínas pode diminuir o desejo de açúcar, portanto, invista em alimentos ricos nesse micronutriente, juntamente com as fibras.
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