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A edição deste ano será dedicada à biodiversidade, tema do Dia Mundial do Meio Ambiente 2020, 5 de junho

Imagem: ONU Meio Ambiente

Aproveitando a força da arte para ampliar a conscientização ambiental e inspirar ações diretas, a 16ª edição da Bienal Internacional de Cartazes recebe inscrições até 15 de maio, convidando artistas do mundo todo a apresentar obras em seis categorias.

Nos últimos 30 anos, cerca de 70 mil pôsteres de cinco continentes foram submetidos para a exposição, que acontece na Cidade do México. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) é parceiro da Bienal desde 1990, patrocinando a categoria ambiental. A edição deste ano será dedicada à biodiversidade, tema do Dia Mundial do Meio Ambiente 2020, 5 de junho.

Artistas de todo o mundo participam anualmente da Bienal Internacional de Cartazes, usando suas ferramentas e sua criatividade para descrever os desafios de nosso planeta.

Maja Zurawiecka, artista plástica da Polônia, usou uma imagem grotesca de uma mão humana decepada para retratar as ameaças à floresta nativa Białowieża, patrimônio mundial na fronteira entre seu país e a Bielorrússia.

“A mensagem do meu pôster era simples: não somos nada sem a natureza. Quando você corta uma árvore, é como se estivesse cortando sua própria mão. Você está tirando um pedaço da nossa vida neste planeta”, disse Zurawiecka, que conquistou o primeiro lugar na 14ª edição da competição.

Algumas das questões ambientais urgentes que os artistas abordaram incluem biodiversidade, poluição plástica, aquecimento global, economia verde e redução da pegada de carbono na indústria de alimentos.

Na última edição do concurso, 1.645 pôsteres foram submetidos à categoria ambiental. O designer chinês Yongkang Fu conquistou o primeiro lugar por sua peça “Living Space”, que evocou o impacto prejudicial da poluição plástica na vida marinha.

O PNUMA lembra que 2020 é um ano importante para o meio ambiente, quando ocorrem reuniões que devem definir a agenda de ações ambientais da próxima década, incluindo a 15ª reunião da Conferência das Partes (COP15) da Convenção sobre Diversidade Biológica, em Kunming, na China, e a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, em Glasgow. A COP15 discutirá a ousada proposta de proteger 30% de toda a terra e mar do planeta.

Segundo um relatório histórico da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas em Biodiversidade e Ecossistema (IPBES), divulgado em 2019, 1 milhão de espécies de plantas e animais estão em risco de extinção devido a alterações no uso da terra e do mar, à poluição, à mudança climática e à superexploração de recursos.

A saúde dos ecossistemas dos quais nós e todas as outras espécies dependemos está se deteriorando mais rápido do que nunca, de acordo com o ex-presidente do IPBES Robert Watson. Ele lembra que os seres humanos estão corroendo os próprios fundamentos de economias, meios de subsistência, segurança alimentar, saúde e qualidade de vida.

“Este ano, o tema da bienal é mais relevante do que nunca, pois estamos experimentando uma perda irreversível de biodiversidade em uma escala sem precedentes”, disse Leo Heileman, diretor regional do PNUMA para a América Latina e o Caribe. “Estamos muito orgulhosos de continuar esta parceria prolífica com a Bienal Internacional de Cartazes, que acontece na Cidade do México, um dos centros culturais mais vibrantes das Américas”.

“O cérebro leva apenas três segundos para guardar um bom cartaz na memória”, disse Xavier Bermúdez, diretor da Bienal desde a sua fundação. “A Bienal Internacional de Cartazes, em colaboração com o PNUMA, amplia a conscientização e inspira as pessoas a agir, mudando seus estilos de vida. Não basta gerar inquietação — um bom cartaz deve também motivar as pessoas a tomar medidas positivas”.

A escala da atual degradação da biodiversidade é incomparável; o relatório do IPBES alerta que mais de um terço de todos os mamíferos marinhos, mais de 40% das espécies de anfíbios e 10% dos insetos estão ameaçados.

“A mudança começa com a conscientização. Consciência de que não estamos sozinhos no planeta Terra. Consciência de que todas as nossas decisões e ações têm repercussões em outros seres humanos, animais e plantas”, disse Fatoumata Dravé, uma designer canadense que conquistou o segundo lugar na Bienal em 2016. Sua peça, intitulada “Toxicité”, tratou das consequências devastadoras da produção de alumínio na vida marinha.

“Sempre pensei na forma como designers gráficos podem contribuir e se manifestar sobre questões sociais”, acrescentou. “Aproveitei a oportunidade da Bienal para fazer um cartaz baseado nas pesquisas sobre biodiversidade com uma mensagem que poderia gerar um impacto”.



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